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BREVE HISTÓRICO DO PENTECOSTALISMO

E A ORIGEM DA ASSEMBLÉIA DE DEUS NO BRASIL

O Movimento Pentecostal é assim chamado porque resgatou a plenitude da experiência de Atos 2, ocorrido durante a festa judaica de Pentecostes. Os dons do Espírito, os chamados “sinais”, foram prometidos por Jesus (Mc 16.17-18), em várias partes do livro de Atos e ao longo dos anos na história, vemos o derramamento do Espírito Santo cumprindo o que foi profetizado pelo profeta Joel “... derramarei o meu Espírito sobre toda a carne... (Jl 2.28).

Segundo os registros históricos, no século 12 os Valdenses falavam em línguas estranhas, no século 15 o pré-reformador Girolamo Savarola era usado em profecias e tinha visões, Martinho Lutero profetizava, falava em línguas estranhas e interpretava revestido de todos os dons do Espírito Santo. Há casos na Escócia, em 1830; na Inglaterra, na mesma época; nos Estados unidos, em 1854, 1857, 1873 e 1875; na Rússia, em 1855; e na Estônia e Armênia no final do século 19. Apesar de todas essas evidencias na história, o fogo pentecostal só se espalhou pelo mundo como movimento no inicio do século 20 quando Charles Fox Parhan, um professor de teologia da igreja Metodista, abriu um Seminário em Topeka - Kansas, a Escola Bíblica Betel, que mais tarde passaria a Houston, Texas. Os alunos de Parham viajaram os Estados Unidos espalhando a doutrina bíblica do batismo no Espírito Santo com evidencia externa de falar em linguas, mas o mundo só se deu conta desse movimento pentecostal em 1906 por meio de William Joseph Seymour (que também tinha sido aluno de Parham) com o Avivamento da Rua Asuza Street nº 312, que ganhou destaque na imprensa de Los Angeles e com reportagens em jornais publicadas por todo território americano e no mundo, atraia milhares de pessoas que tomavam conhecimento dos cultos de avivamento.

Poucos meses depois a Azusa Street Mission, passou a se chamar Apostolic Faith Mission (“Missão de Fé Apostólica”, mesmo nome que Gunnar Vingren e Daniel Berg deram a igreja fundada por eles no Brasil, e que passou a se chamar Assembléia de Deus oficialmente em 1918), tornou-se a maior igreja da cidade, com cerca de 1,3 mil pessoas frequentando os cultos diariamente, com cultos realizados de domingo a domingo, três vezes pordia com o prédio sempre lotado, e o fervor do avivamento continuou por três anos.

Quanto a história do Pentecostalismo no Brasil, desde a sua chegada três ondas já se passaram: a Primeira Onda foi de 1910 a 1950, quando a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã do Brasil eram as unicas igrejas de carater pentecostal no país. Esta ultima, porém, anos depois passou a manifestar crenças que fazem com que hoje seja considerada uma seita. A Segunda Onda foi de 1950 a 1975 e foi marcada pelas cruzadas de evangelismo e cura divina, que influenciadas por este movimento evangelísticos itinerantes que se tornaram igrajas nasceu a “Igreja do Evangelho Quadrangular”, “O Brasil para Cristo”, “Igreja de Nova Vida”, “Deus é Amor” e “Casa da Benção” todos esses movimentos começaram como cruzadas de cura divina e exorcismo. Nessa época também surgem as primeiras grandes cruzadas evangelisticas nas assembléias de Deus e o movemento de renovação nas igrejas tradicionais como a Convenção Batista Nacional (1965), a Igreja Presbiteriana Renovada (1975) e o Movimento Católico Carismático em 1967. A Terceira Onda que também é chamada de Neopentecostalismo, começou no final dos anos 70 e perdura até hoje, as mais antigas são a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), liderada pelo bispo Edir Macedo, e a Igreja Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro, 1980), liderada e fundada pelo missionário R. R. Soares, ambas presentes na área televisiva com seus televangelistas. Posteriormente, surge a Igreja Renascer em Cristo em São Paulo (1986) e a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra em Brasília (1992). Essas igrejas são caracterizadas por erros como modismo teológicos, inconsistencias doutrinárias, o uso de elementos de toque na liturgia (fotos,rosas, óleo, agua ungida, etc), tão ênfase ao exorcismo, pregam a teologia da prosperidade e em alguns casos o sincretismo religioso (mistura de outras religiões com o cristianismo), utilizam intensamente a mídia eletrônica, aplicando técnicas de administração empresarial na igreja.

A origem das Assembléias de Deus no Brasil esta intimamente ligada ao reavivamento espiritual que marcou o mundo no inicio do século 20, iniciado na America do Norte com seu maior expoente no Avivamento da Rua Azusa. Os missionárioa suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg chegaram a Belém do Pará em 19 de novembro de 1910, com o fogo pentecostal que receberam ardendo em seus corações. A princípio, os missionários frequentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Trazendo a doutrina do batismo no Espírito Santo com a evidência no falar em línguas espirituais (estranhas), isso trouxe muita divergência na igreja, pois um grupo aderiu ao batismo no Espirito Santo e outro não. Assim, em duas assembleias distintas, conforme relatam as atas das sessões, os adeptos do pentecostalismo foram desligados e, em 18 de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova igreja e adotaram o nome de Missão de Fé Apostólica, que já era empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo com William Joseph Seymour. A partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque e em 18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, passou a chamar-se Assembleia de Deus, e em poucas décadas, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

A História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil – CGADB dá-se no ano de 1930, após três décadas do surgimento no país das Assembléias de Deus. A CGADB foi idealizada pelos pastores nacionais, visto que a igreja estava na responsabilidade dos missionários suecos e deram os primeiros passos em reunião preliminar realizada na cidade de Natal-RN em 17 e 18 de fevereiro do ano de 1929. A primeira Assembléia Geral da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil foi realizada entre os dias 5 e 10 de setembro, onde se reuniram a maioria dos pastores nacionais e os missionários que atuavam no país. Foi nessa Assembléia Convencional que os missionários suecos transferiram a liderança das Assembléias de Deus no Brasil para os pastores brasileiros.

O primeiro Estatuto apresentou como principais objetivos da CGADB: “promover a união e incentivar o progresso moral e espiritual das Assembléias de Deus; manter e propugnar o desenvolvimento da Casa Publicadora das Assembléias de Deus” e principalmente a aproximação das Assembléia de Deus no país: “Nenhuma Assembléia de Deus poderá viver isoladamente, sendo obrigatória a interligação das Assembléias de Deus no Brasil, com a finalidade de determinar a responsabilidade perante a Convenção Geral e perante as autoridades constituídas”. As Assembléias Gerais realizadas nas décadas seguintes foram marcadas por discussões e debates sobre temas relacionados às doutrinas bíblicas básicas e por projetos de desenvolvimento da Obra de Deus.

Mesmo com o passar dos anos, a Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil continua implantando projetos de desenvolvimentos como o Conselho Político da CGADB que tem a finalidade de coordenar o projeto “Cidadania AD Brasil”, o qual desenvolve a consciência política na liderança das Assembléias de Deus no Brasil e gerencia o lançamento de candidatos oficiais da denominação nos pleitos eleitorais em todo Brasil. Atualmente a Convenção Geral é dirigida pelo presidente, o Pr. José Wellington Bezerra da Costa, e a Mesa Diretora.

Em virtude do fenomenal crescimento da Assembléia de Deus no Brasil, os pentecostais começaram a fazer a diferença no cenário religioso brasileiro. Hoje estima-se que os evangelicos no Brasil sejam quase 25% da população brasileira, mais de 45 milhões de pessoas, sendo mais de um terço delas assembleianos. Isso faz da Assebléia de Deus no Brasil o maior movimento Pentecostal do Mundo.

Por: Brivaldo Manoel de Souza